terça-feira, 31 de janeiro de 2012

É a saudade pelo escudo?!

Termina nesta terça-feira o prazo para os portugueses trocarem por euros as notas de 100 escudos com a figura de Fernando Pessoa. Há notas destas no valor de quatro milhões de euros fora do Banco de Portugal.

A nota de 100 escudos com a efígie de Fernando Pessoa entrou em vigor a 26 de Agosto de 1987 e saiu de circulação a 31 de Janeiro de 1992, tendo sido dado um período de 20 anos para a sua troca no Banco de Portugal.

Até à sexta-feira da semana passada tinham sido trocadas, segundo o Banco de Portugal, 581.804 notas no total 290 mil euros, estando ainda fora dos cofres da instituição quatro milhões de euros. As notas recolhidas são destruídas pelo Banco de Portugal

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Álvaro é um feriado

Os feriados amam-se ou odeiam-se. Mas ninguém deixa de os praticar. Nenhum republicano deixou de comemorar o 1.º de Dezembro. Nenhum monárquico ou católico que nunca esqueceu a I República ia trabalhar no 5 de Outubro. Os ateus não deixavam de folgar no Corpo de Deus. Há um contrato social nacional sobre o tema.

Os feriados funcionam como bolsas de oxigénio da sociedade e como uma memória da civilização. Podem ser muitos ou poucos, consoante o país ou as necessidades do momento. O Governo acha que são demasiados. As empresas também. Talvez sejam. Mas suprimi-los, se é uma necessidade económica nacional, requer uma explicação plausível. Coisa que não se encontra nas palavras do ministro Álvaro Santos Pereira. Disse ele que, como a Igreja defendeu a paridade da eliminação de feriados civis e religiosos, o Governo "aceitou a condição que a própria Igreja nos disse".

Julgava-se, até quinta-feira, que apesar da religiosidade do povo português, o País era um estado laico. Segundo o ministro, a Igreja impõe as regras ao Estado. Álvaro Santos Pereira abre assim as portas a que qualquer instituição ou grupo de pressão imponha as regras ao Estado português. Ou seja, Álvaro Santos Pereira demitiu-se na quinta-feira de ser ministro. É simplesmente o secretário do protocolo. Os outros dizem e ele, obediente, executa. Chegamos à mais triste das conclusões. Álvaro Santos Pereira é um feriado. Como ministro e como pensador. Os outros pensam e decidem por ele. Sendo um feriado, Santos Pereira escusa de continuar a ser ministro. Tal como o 5 de Outubro ou o 1.º de Dezembro, pode ser descontinuado.

Artigo de: Fernando  Sobral  (J.Negócios)

Perguntas de criança!...

Qual é o teu valor de mercado mãe?

“Qual é o teu valor de mercado, mãe? Desculpa escrever-te uma pequena carta, mas estou tão confuso que pensei que escrevendo me explicava melhor.

Vi ontem na televisão um senhor de cabelos brancos, julgo que se chama Catroga, a explicar que vai ter um ordenado de 639 mil euros por ano na EDP, aquela empresa que dava muito dinheiro ao Estado e que o governo ofereceu aos chineses.

Pus-me a fazer contas e percebi que o senhor vai ganhar 1750 euros por dia. E depois ouvi o que ele disse na televisão. Vai ganhar muito dinheiro porque tem o seu valor de mercado, tal como o Cristiano Ronaldo. Foi então que fiquei a pensar. Qual é o teu valor de mercado, mãe?

Tu acordas todos os dias por volta das seis e meia da manhã, antes de saíres de casa ainda preparas os nossos almoços, passas a ferro, arrumas a casa, depois sais para o trabalho e demoras uma hora em transportes, entra e sai do comboio, entra e sai do autocarro, por fim lá chegas e trabalhas 8 horas, com mais meia hora agora, já é noite quando regressas a casa e fazes o jantar, arrumas a casa e ainda fazes mil e uma coisas até te deitares quando já eu estou há muito tempo a dormir.

O teu ordenado mensal, contaste-me tu, é pouco mais de metade do que aquele senhor de cabelos brancos ganha num só dia. Afinal mãe qual é o teu valor de mercado? E qual é o valor de mercado do avozinho? Começou a trabalhar com catorze anos, trabalhou quase sessenta anos e tem uma reforma de quinhentos euros, muito boa, diz ele, se comparada com a da maioria dos portugueses. Qual é o valor de mercado do avô, mãe? E qual é o valor de mercado desses portugueses todos que ainda recebem menos que o avô? Qual é o valor de mercado da vizinha do andar de cima que trabalha numa empresa de limpezas?

Ontem à tardinha ela estava a conversar com a vizinha do terceiro esquerdo e dizia que tem dias de trabalhar catorze horas, que não almoça por falta de tempo, que costumava comer um iogurte no autocarro mas que desde que o motorista lhe disse que era proibido comer nos transportes públicos se habituou a deixar de almoçar. Hábitos!

Qual é o valor de mercado da vizinha, mãe? E a minha prima Ana que depois de ter feito o mestrado trabalha naquilo dos telefones, o “call center”, enquanto vai preparando o doutoramento? Ela deve ter um enorme valor de mercado! E o senhor Luís da mercearia que abre a loja muito cedo e está lá o dia todo até ser bem de noite, trabalha aos fins-de-semana e diz ele que paga mais impostos que os bancos?

Que enorme valor de mercado deve ter! O primo Zé que está desempregado, depois da empresa onde trabalhava há muitos anos ter encerrado, deve ter um valor de mercado enorme! Só não percebo como é que com tanto valor de mercado vocês todos trabalham tanto e recebem tão pouco! Também não entendo lá muito bem mas é normal, sou criança o que é isso do valor de mercado que dá milhões ao senhor de cabelos brancos e dá miséria, muito trabalho e sofrimento a quase todas as pessoas que eu conheço!

Foi por isso que te escrevi, mãe. Assim, a pôr as letrinhas num papel, pensava eu que me entendia melhor, mas até agora ainda estou cheio de dúvidas. Afinal, mãe, qual o teu valor de mercado? E o meu?”

Quem sabe a resposta?

Gostei de ler!!!

Artigo de Carlos Morais José-Hoje Macau(Para ver aqui)

Custa passar para real?!

Um dos melhores vídeos e produzido por portugueses (aqui para ver)

domingo, 29 de janeiro de 2012

Aula de economia!!!

Receber, é também dar...

  Um senhor de idade foi morar com seu filho, nora e o netinho de quatro anos de idade.
  As mãos do velho eram trémulas, sua visão embaçada e seus passos vacilantes.
  A família comia reunida à mesa. Mas, as mãos trémulas e a visão falha do avô atrapalhavam-no na hora de comer.
  A comida rolava da sua colher e caia no chão. Quando pegava no copo, o líquido era derramado na toalha de mesa.
  O filho e a nora irritaram-se com a perturbação.
  -“Precisamos tomar uma decisão com respeito ao pai”, disse o filho.
   Já houve suficientes derrames, barulho de gente comendo com a boca aberta e comida pelo chão”.
  Então, decidiram colocar uma pequena mesa num cantinho da cozinha. Ali, o avô comia sozinho enquanto a restante família tomava as refeições à mesa, com satisfação.

  Desde que o velho quebrara um ou dois pratos, sua comida agora era servida numa tigela de madeira.
  Quando a família olhava para o avô sentado ali sozinho, às vezes ele tinha lágrimas nos olhos. Mesmo assim, era admoestado com palavras ásperas quando deixava um talher ou comida cair ao chão.

  O menino de quatro anos de idade assistia a tudo em silêncio.
  Uma tarde, antes do jantar, o pai viu o filho pequeno no chão, manuseando pedaços de madeira.
  Ele perguntou delicadamente à criança: “O que estás a fazer?”
  O menino respondeu docemente: “Ah, estou a fazer uma tigela de madeira para você e a mãe comerem quando eu crescer”.
  O garoto de quatro anos de idade sorriu e voltou ao trabalho.

  Aquelas palavras tiveram um impacto tão grande nos pais que eles ficaram mudos. As lágrimas começaram a escorrer dos seus olhos. Embora ninguém tivesse falado nada, ambos sabiam o que precisava ser feito.
  Naquela noite o pai tomou o avô pelas mãos e gentilmente conduziu-o à mesa da família.
  Dali para a frente e até ao final de seus dias ele comeu todas as refeições com a família e não houve quem fosse afectado pela queda dum garfo ou pela toalha suja.
                                                               


  A vida às vezes dá uma segunda oportunidade.
  As pessoas esquecerão o que você disse…o que você fez…mas nunca como você os tratou.
  Aprendi que viver não é só receber, é também dar.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

A nova do governo...

A nova alcunha do Governo é 'LÁTINHA'...


A gente anda pela rua, aponta para as portas fechadas e diz:

  
LÁ...... TINHA uma loja...
 
LÁ...... TINHA uma fábrica...
 
LÁ...... TINHA um armazém...
 
LÁ...... TINHA trabalhadores...
 
LÁ...... TINHA um sonho...
 
LÁ...... TINHA esperança...
 
LÁ...... TINHA uma escola...
 
LÁ...... TINHA um serviço de urgência...  LÁ...... TINHA esperança de dias melhores... 

O "paladino" de quem?

Um reformado chamado Cavaco Silva
Cavaco Silva é um daqueles maus actores que assim que saem do papel que está escrito já não sabem o que dizer. Não sabe o que dizer na hora e – pior – não sabe o que dizer quando precisa de emendar o que foi dito. Se a sua capacidade de improviso é uma lástima, o seu talento para o arrependimento é uma tragédia. Recordemos o famoso caso das escutas de Belém: a explicação que ele deu numa inesquecível comunicação ao país conseguiu ainda ser pior do que a teoria da conspiração em si.
Assim sendo, o desastre das suas declarações em relação à sua pobre reforma que nem sequer lhe permite pagar as contas (quais contas, aliás? a electricidade do Palácio de Belém?) não é propriamente surpreendente. O que não tem faltado ao longo do seu percurso político são gaffes. A única novidade aqui é que ele ofendeu toda uma classe média e uma classe baixa da qual gosta muito de se armar em paladino. O provedor dos pobres, afinal, tiveram uma tirada de rico insensível – e foi isso que tocou fundo no sentimento de toda a gente.
Nesse sentido, diria que há males que vêm por bem. Pode ser que as pessoas comecem a olhar para Cavaco não como o Presidente equilibrado e equidistante que ele finge ser mas como o político incompetente que tem sido. Durante anos e anos, Cavaco foi como um pai que ficou a ver o seu filho aproximar-se de um poço, alertando a espaços "olha que vais cair, olha que vais cair". Quando o filho finalmente caiu no poço, abriu os braços e disse "eu bem avisei", só que na verdade nunca levantou o rabo da cadeira para fazer o que se impunha. Cavaco merece cada cêntimo da sua reforma. Há muito que deixou de trabalhar.
O Cronista Indelicado (João Miguel Tavares)

"D.Dinis estava mais avançado que os nossos governantes"

Gonçalo Ribeiro Telles não baixa os braços na sua "cruzada" para promover o equilíbrio entre o Portugal que consome e o que produz.
Os corredores verdes ou as hortas urbanas são duas das suas "bandeiras" que almejam esse equilíbrio e que procuram promover algo cujo significado, com o tempo, foi sendo adulterado: a ruralidade. Vê com bons olhos o "regresso à agricultura", mas é preciso saber como isso se faz. "O Governo ainda não percebeu a essência do problema", sublinha o arquitecto paisagista.
(Francisco Cardoso Pinto-J.Negócios)

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

A insuportável pobreza!


No dia em que soube que ia ficar sem emprego não dormi. Foi há mais de 10 anos, era uma sexta-feira de Verão e sentei-me no sofá com a televisão ligada, horas a fio. Não sei que programas ou filmes passaram naquela noite. Só me recordo da vigília automática fixada naquela sensação nova, estranha, apertada: e agora?
As circunstâncias tornavam a situação densa: eu e a minha mulher trabalhávamos na mesma empresa e emitíamos uma factura para prestar aquela colaboração. Era o nosso único cliente porque liderávamos projectos editoriais cujo sucesso nos garantia ocupação a tempo inteiro. O fim daqueles empregos representava subitamente uma situação-limite para os dois: nenhuma indemnização, nenhum subsídio de desemprego e nenhuma alternativa à vista.
Contas rápidas: duas filhas pequenas, crédito à habitação, renda do carro... e tudo o resto. As poupanças dariam para quanto tempo? Onde encontrar trabalho a seguir? Como cortar nas despesas? Enquanto geria 25 pessoas e tomava as principais decisões nas publicações que dirigia, não me questionava sobre o que era capaz de fazer. Estava qualificado para "director". E no dia seguinte, as minhas competências continuavam válidas? O que vale um currículo?
Todas as notícias sobre o desemprego são uma forma encriptada de relatar socialmente uma dor imensa. Organizamos uma sociedade do mérito que, naturalmente, não pode encaixar todos. Infelizmente, o ritmo da nossa prosperidade diminuiu e hoje não temos dinheiro para que os bem-sucedidos paguem (através de impostos) a subsistência dos que ficam pelo caminho. Das 893 139 pessoas sem emprego em Portugal, 288 016 não têm qualquer apoio. Comem? Têm tecto? Devo confiar no Estado a tarefa de lhes garantir a subsistência ou sou pessoalmente responsável por eles?
É fácil dizer que algumas destas pessoas não querem trabalhar, e até pode ser verdade. Mas o grosso deste número não encontra trabalho porque uma economia em crise não gera novos empregos. E, claro, há também a questão de não se ter a qualificação certa para os novos empregos que se vão criando. Mas sejamos francos: esta crise não tem prazo à vista apesar de toda a motivação para a vencermos (e haveremos de sair daqui!). Que saída?
Como de diagnósticos está o mundo cheio, reitero duas ideias. A primeira passa pela "privatização" do apoio à pobreza, ou seja, dar benefícios fiscais majorados às empresas que entreguem contribuições a instituições sociais certificadas. Este "extra" que se pode sugerir às empresas (e cidadãos) ainda rentáveis para combater a pobreza não pode continuar a ser confiscado pelo Estado no formato de "aumentos de impostos" na falsa ideia do "combate às desigualdades sociais". Porque já quase ninguém acredita na justiça social promovida pelo Estado.
A segunda ideia passa pela negociação com a União Europeia, no quadro dos novos apoios europeus para 2014-2020, de um fundo para repovoamento do país. Dessa forma não só se criaria algum emprego no interior, como se deveria acompanhar este processo de incentivo à produção agrícola, pecuária, florestal, etc... Não podemos deixar perdidos centenas de milhares de desempregados em prédios citadinos que são prisões verticais. Este processo destrói economicamente o país mas arrasa, em paralelo, a saúde mental de muitas famílias, com consequências devastadoras para as futuras gerações.
O desemprego é uma doença social terrível porque deixa as pessoas sem poderem cumprir um princípio-base da condição humana que é o de viverem do seu próprio trabalho. Como não podemos inventar milhares de empregos, rapidamente, capazes de competirem na economia global, temos pelo menos de garantir "trabalho de proximidade" para subsistência. O mínimo de dignidade humana está para além dos cortes nos subsídios de férias ou das garantias de emprego eterno. É absolutamente urgente e crucial para o resto do caminho que temos de fazer. Sem isso fica a fome silenciosa e a miséria extrema. É a mais indecorosa vergonha em território europeu. Insuportável.

Daniel Deusdado, in opinião no J.Notícias

Colocando cones na estrada...

Em Portugal é mais "prático". São colocados e recolhidos manualmente!!!

Entrevista a um reformado!

Cada um apresenta as suas razões…(aqui)

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Quem não tiver moedas?!...

Soberbo texto (do melhor que tenho lido)

Carta Aberta ao venerando chefe do estado a que isto chegou
Senhor Presidente

Há muito muito tempo, nos dias depois que Abril floriu e a Europa se abriu de par em par, foi V.Exa por mandato popular encarregue de nos fazer fruir dessa Europa do Mercado Comum, clube dos ricos a que iludidos aderimos, fiados no dinheiro fácil do FEDER, do FEOGA, das ajudas de coesão e mais liberalidades que, pouco acostumados,   aceitámos de olhar reluzente, estranhando como fácil e rápido era passar de rincão estagnado e órfão do Império para a mesa dos poderosos que, qual varinha mágica, nos multiplicariam as estradas, aumentariam os direitos, facilitariam o crédito e conduziriam ao Olimpo até aí inatingível do mundo desenvolvido. Havia pequenos senãos, arrancar  vinhas, abater barcos, não empatar quem produzisse tomate em Itália ou conservas em Marrocos, coisa pouca e necessária por via da previdente PAC, mas, estando o cheque passado e com cobertura, de inauguração em inauguração, o país antes incrédulo, crescia, dava formação a jovens, animava a construção civil, os resorts de Punta Cana e os  veículos topo de gama do momento.  Do alto do púlpito que fora do velho Botas, V.Exa passaria à História como o Modernizador, campeão do empreendedorismo, símbolo da devoção à causa pública, estóico servidor do povo a partir da marquise esconsa da casa da Rua do Possôlo. Era o aplicado aluno de Bruxelas, o exemplo a seguir no Mediterrâneo, o desbravador do progresso, com o mapa de estradas do ACP permanentemente desactualizado. O tecido empresarial crescia, com pés de barro e frágeis sapatas, mas que interessava, havia  pão e circo, CCB e Expo, pontes e viadutos, Fundo Social Europeu e tudo o que mais se quisesse imaginar, à sombra de  bafejados oásis  de leite e mel,   Continentes e Amoreiras, e mais catedrais escancaradas com um simples cartão Visa.
Ao fim de dez anos, um pouco mais que o Criador ao fim de sete, vendo a Obra pronta, V.Exa descansou, e retirou-se. Tentou Belém, mas ingrato, o povo condenou-o a anos no deserto, enquanto aprendizes prosseguiam a sanha fontista e inebriante erguida atrás dos cantos de sereia, apelando ao esbanjamento e luxúria.
No início do novo século, preocupantes sinais do Purgatório indicaram fragilidades na Obra, mas  jorrando fundos e verbas, coisa de temerários do Restelo  se lhe chamou. À porta estava o novo bezerro de ouro, o euro, a moeda dos fortes, e fortes agora com ela seguiríamos, poderosos, iguais. Do retiro tranquilo, à sombra da modesta reforma de servidor do Estado, livros e loas  emulando as virtudes do novo filão foram por V.Exa endossados , qual pitonisa dos futuros que cantam, sob o euro sem nódoa, moeda de fortes e milagreiro caminho para o glorioso domínio da Europa. Migalha a migalha, bitaite a bitaite, foi V.Exa pacientemente cozendo o seu novelo, até que, uma bela manhã de nevoeiro, do púlpito do CCB, filho da dilecta obra, anunciou aos atarantados povos estar de volta, pronto a servir. Não que as gentes o merecessem, mas o país reclamava seriedade, contenção, morgados do Algarve em vez de ostras socialistas. Seria o supremo trono agora, com os guisados da Maria e o apoio de esforçados amigos que, fruto de muito suor e trabalho, haviam vingado no exigente mundo dos negócios, em prol do progresso e do desenvolvimento do país.
Salivando o povo à passagem do Mestre, regressado dos mortos, sem escolhos o conduziram a Belém, onde petiscando umas pataniscas e bolo-rei sem fava, presidiria, qual reitor,  às traquinices  dos pupilos, por veladas e paternais  palavras ameaçando reguadas ou castigos contra a parede. E não contentes, o repetiram segunda vez, e V. Exa., com pungente sacrifício lá continuou aquilíneo cônsul da república, perorando homilias nos dias da pátria e avisando ameaçador contra os perigos e tormentas que os irrequietos alunos não logravam conter. Que  preciso era voltar à terra e ao arado, à faina e à vindima, vaticinou V.Exa, coveiro das hortas e traineiras; que chegava de obras faraónicas, alertou, qual faraó de Boliqueime e campeão do betão;  que chegava de sacrifícios, estando uns ao leme, para logo aconselhar conformismo e paciência mal mudou o piloto.
Eremita das fragas, paroquial chefe de família, personagem de Camilo e Agustina, desprezando os políticos profissionais mas esquecendo que por junto é o profissional da política há mais anos no poder, preside hoje V.Exa ao país ingrato que, em vinte anos, qual bruxedo ou mau olhado, lhe destruiu a obra feita, como vil criatura que desperta do covil se virou contra o criador, hoje apenas pálida esfinge, arrastando-se entre a solidão de Belém e prosaicas cerimónias com bombeiros e ranchos.
Trinta anos, leva em cena a peça de V.Exa no palco da política, com grandes enchentes no início e grupos arregimentados e idosos na actualidade. Mas, chegando ao fim o terceiro acto, longe da epopeia em que o Bem vence o Mal e todos ficam felizes para sempre, tema V.Exa pelo juízo da História, que, caridosa, talvez em duas linhas de rodapé recorde um fugaz Aníbal, amante de bolo-rei e desconhecedor dos Lusíadas, que durante uns anos pairou como Midas multiplicador e hoje mais não é que um aflito Hamlet nas muralhas de Elsinore, transformado que foi o ouro do bezerro em serradura e  sobrevivendo pusilâmine como cinzento Chefe do estado a que isto chegou, não obstante a convicção, que acredito tenha, de ter feito o seu melhor.
Respeitoso e Suburbano,   devidamente autorizado pela Sacrossanta Troika

Sobrevivente (ainda) do Cataclismo de 2011

"Eu,eu,eu...e os outros"

Embora tenham suscitado justificada indignação geral, as queixas de Cavaco Silva sobre a (s) sua (s) reformas (mais de 10 000 euros mensais, que "não vão chegar para pagar as minhas despesas") não têm relevância senão como sintoma.
De facto, tais queixas foram feitas pouco tempo depois de o mesmo Cavaco Silva ter, sem pestanejar, promulgado um Orçamento que confisca os subsídios de férias e Natal a milhares de reformados com pensões de poucas centenas de euros. E só 48 horas após a assinatura de um Acordo de Concertação Social que subverte totalmente os direitos, liberdades e garantias dos trabalhadores assegurados na Constituição, facilitando e embaratecendo os despedimentos e deixando-os ao arbítrio patronal, e reduzindo indemnizações, subsídios, férias, feriados e tempos de descanso, acordo em que Cavaco vê um "sinal de confiança" para todos os portugueses.
Parece que Cavaco irá receber os subsídios de férias e Natal a que tem direito como reformado do Banco de Portugal. Descontou para isso e tem todo o direito a recebê-los. O problema é que também os restantes portugueses, os reformados e os trabalhadores da Administração Pública no activo, têm idêntico direito e Cavaco subscreveu sem reservas, sequer de constitucionalidade, a lei que os espolia de tal direito.
O "provedor do povo" queixou-se ao povo de que 10 000 euros por mês não lhe chegam. Será o povo, por sua vez, o provedor do seu provedor?
(Manuel António Pina-J. Notícias)

sábado, 21 de janeiro de 2012

Uma ajuda a quem precisa!

   Dada a preocupação da maioria dos portugueses com a situação económica do Sr. Silva «Tudo somado, o que irei receber do Fundo de Pensões do Banco de Portugal e da Caixa Geral de Aposentações quase de certeza que não vai chegar para pagar as minhas despesas porque como sabe eu também não recebo vencimento como Presidente da República», é de bom português começarmos a comprar umas camisolas para ajudar quem tantas dificuldades enfrenta.

 A reforma que tem (ver aqui)é igual à média dos pensionistas portugueses e nós sabemos pelas dificuldades que estamos a passar…

Cavaco anda no papel

Recomendo leitura no Blogue aqui .

Gostei deste artigo!...


Desobediência Civil
Este governo não se move por estratégias elaboradas mas por convicções ou melhor dito, por uma única convicção, tipo fé, que se resume em acreditar que é preciso tudo fazer para agradar aos mercados.·
Até aqui tudo bem, já que cada um tem a crença que merece. O que não está bem explicado é qual a utilidade prática deste desígnio para a generalidade dos portugueses.·
O governo aumentou impostos, cortou salários, reduziu drasticamente a liquidez em circulação e a actividade económica, provocou uma catadupa de falências e um crescimento brutal do desemprego. O país entrou em recessão e praticamente todos os indicadores económicos pioraram. Para quem não gosta de estatísticas, basta andar pelas ruas e ver a quantidade impressionante de lojas que fecharam e casas para vender e alugar que ninguém quer. Ou falar com os amigos e vizinhos e constatar o pânico e a falta de dinheiro. Portugal estagnou.·
Desta operação resultou uma ligeira diminuição do défice. Muito menos do que o necessário, apesar das engenharias financeiras de toda a ordem. Não é preciso ser economista ou matemático para perceber que a recessão resulta em menor cobrança de impostos, maior despesa social e, portanto, acrescida dificuldade em equilibrar as contas públicas.·
A primeira pergunta de um milhão de euros é, pois, a de saber se esta situação irá mesmo agradar aos mercados? Se até aqui se dizia que ninguém queria emprestar dinheiro a Portugal porque gastava mais do que as suas possibilidades, quem vai emprestar dinheiro a um país literalmente falido?
Mas pode e deve ir-se ainda mais longe. A segunda pergunta, que também vale um milhão de euros, está em saber para que serve agradar aos mercados? Para conseguir empréstimos a juro baixo? Ou seja, para voltar ao endividamento? Para gastar outra vez mais do que as possibilidades? Não se entende
Concentrados na austeridade, no défice e na conquista emocional dos mercados não estamos a abordar aquilo que realmente devia estar na ordem do dia. O papel do Estado. Ninguém o faz e compreende-se. O governo não o faz porque, ao contrário do que afirma, é clientelar e estatista. A esquerda também não porque defende um Estado grande e gastador. Capitalistas, empresários e afins ainda menos porque parte substancial dos seus rendimentos provêm da captura dos dinheiros públicos e das benesses do Estado
E, no entanto, a diminuição radical do peso do Estado, tanto na cobrança de impostos quanto na interferência na vida dos cidadãos e das empresas, seria a única coisa que realmente poderia contribuir para arejar o ambiente geral. A tarefa prioritária do governo e aquilo que se devia estar a discutir e não está, seria portanto definir que funções do Estado são essenciais e o que deve ser desmantelado. Saúde, educação, Segurança Social, fiscalização e regulação são óbvias. Tudo o resto pode ser reavaliado e redefinido
Anda muito esquecido e por isso é preciso recordar. Os cidadãos pagam impostos em troca de direitos e serviços fundamentais. O Estado não faz nenhum favor quando trata um doente num hospital. Ao contrário do que se diz com frequência, a saúde não é gratuita, pois foi paga em adiantado pelos contribuintes. As pensões não são benesses, as pessoas já as pagaram antecipadamente. O Estado, que hoje só aparece como cobrador, é um grande devedor. Não se vire o mundo de pernas para o ar.
Não fosse Portugal um país sem sociedade civil, e sem pensamento político livre e autónomo, e por esta altura devíamos estar a discutir algumas ideias de Henry Thoreau, já que o marxismo/leninismo deu cabo das boas ideias de Marx. Thoreau e alguma esquerda libertária, consideram que qualquer alteração social sustentável deve partir dos próprios indivíduos e da sua consciência, em oposição à tirania do Estado. Este não pode fazer tudo o que quer, nem gastar o dinheiro dos contribuintes de forma discricionária e venal. Thoreau não escreveu só o livro "Desobediência Civil" (1849), praticou-a, recusando-se a pagar impostos o que lhe valeu a prisão. Já faltou mais para lhe seguirmos o exemplo.

(J.Negócios; por Leonel Moura)

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Previsão para 2012

Uma aula de português muito pertinente.

Uma explicação pertinente para uma questão actual!

A jornalista Pilar del Rio costuma explicar, com um ar de catedrática no assunto, que dantes não havia mulheres presidentes e por isso é que não existia a palavra “presidenta”…Daí que ela diga insistentemente que é “Presidenta” da Fundação José Saramago e se refira a Assunção Esteves como “Presidenta” da Assembleia da Republica.

Também Helena Roseta diz “Presidenta”, retorquindo o comentário de um jornalista da SIC/Noticias, muito segura da sua afirmação…

A propósito desta questão recebi o texto que se segue e que divulgo: Uma belíssima aula de português”.
Foi elaborada para acabar de uma vez por todas, com toda e qualquer dúvida, se temos presidente ou presidenta.

“A presidenta foi estudanta”! Existe a palavra PRESIDENTA?  Que tal colocarmos um “BASTA” no assunto?

No português existem os particípios activos como derivativos verbais. Por exemplo: o participativo activo do verbo atacar é atacante, de pedir é pedinte, o de cantar é cantante, o de existir é existente, o de mendigar é mendicante…
Qual é o particípio activo do verbo ser? O particípio activo do verbo ser é ente. Aquele que é: o ente. Aquele que tem entidade.
Assim, quando queremos designar alguém com capacidade para exercer a acção que expressa um verbo, há que se adicionar à raiz verbal os sufixos ante, ente ou inte.
Portanto, a pessoa que preside é Presidente e não “presidenta”, independentemente do sexo que tenha. Se diz capela ardente, e não capela “ardenta”; se diz estudante e não “estudanta”; se diz adolescente e não “adolescenta”; se diz paciente e não “pacienta”.

Um bom exemplo do erro grosseiro seria: “A candidata a presidenta se comporta como uma adolescenta pouco pacienta que imagina ter virado eleganta para tentar ser nomeada representanta.
Esperamos vê-la algum dia sorridenta numa capela ardenta, pois esta dirigenta política, dentre tantas outras suas atitudes barbarizentas, não tem o direito de violentar o pobre português, só para ficar contenta”

Por favor, pelo amor à língua portuguesa, repassem esta informação…

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Peso a mais!...

Com o esforço que estamos a fazer e de algibeiras vazias o “bloco” vai cair…

Vamos falar de comparações???

Os “governantes” que temos, poderiam comparar os seus ordenados com os governantes dos países indicados na imagem. Talvez não houvesse diferenças tão grandes!...


Cópia do blogue “Ponte Europa”

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Eu nomeio-te, ele indigna-se

Artigo de: Pedro  Ferreira Esteves (j. negócios)
Eu, tu e ele. Eu nomeio, tu és nomeado e ele indigna-se. Eu sou ministro, tu és gestor e ele é contribuinte. Eu sou secretário de Estado, tu és meu ex-colega e ele é eleitor. Eu conheço-te, tu conheces-me e ele não conhece ninguém.
Eu, tu e ele. Eu nomeio, tu és nomeado e ele indigna-se. Eu sou ministro, tu és gestor e ele é contribuinte. Eu sou secretário de Estado, tu és meu ex-colega e ele é eleitor. Eu conheço-te, tu conheces-me e ele não conhece ninguém.

As decisões em Portugal tomam--se com pronomes, são um processo de selecção. Uma selecção dos mais fortes, dos que chegam mais longe, dos que chegam mais alto. Eu e tu decidimos e ele não. Eu e tu sabemos e ele não sabe nada. E quando ele souber, eu e tu já sabemos mais.·
Eu sou presidente, tu és primeiro-ministro e ele elegeu-nos. Eu sou deputado, tu és deputado e ele está na galeria. Eu sou CEO, tu és um grande accionista e ele é um pequeno accionista. Eu sou regulador, tu és operador e ele é cliente. Eu sou juiz, tu és advogado e ele é suspeito.

Eu sou maçon, tu estás de avental e ele nem sonha. Eu vou para a Holanda, tu escolhes Caimão, ele paga no Terreiro do Paço. Eu decido, tu concordas e ele vai discordar. Mas ele não nos toca. Ele reclama, ele resigna-se, ele raramente protesta, ele não é violento, há uma tradição neste País que ele respeita. Que nos respeita. Eu tenho direito, tu tens direito e ele tem direito à indignação. Somos um País livre. Eu posso, tu mandas e ele obedece. Eu sonho, tu queres e ele faz. Eu crio emprego, tu dás emprego e ele está desempregado. Eu pago porque tenho, tu pagas porque podes e ele paga o que pode. Quando pode.·
Os pronomes do poder em Portugal raramente têm plural. Nós, no poder, é um plural singular. Nós somos eu e tu. Nós não somos eu, tu e ele. Vós, é Vossa Excelência. És tu, mas com deferência. Eles. Eles são eles, é ele com outros como ele. Eles não sabem, Nós sabemos.·
Nós nacionalizamos e eles pagam. Nós privatizamos e eles pagam. Nós concessionamos e eles pagam. Nós nomeamos e eles nunca são nomeados. Nós entramos em tribunal como arguidos e eles saem como acusados. Nós defendemo-nos e eles nem sequer atacam.·
As elites do poder em Portugal têm um problema fundamental. Não compreendem, ou não querem compreender, a sua utilidade pública. Recusam-na, num momento em que o poder que acumularam devia servir a todos. Para servir todos. A tragédia é que, no labirinto em que o País se encontra, a saída de emergência mais perto está bloqueada. E não passam todos na porta. Passa quem pode, passa quem sabe, não passa quem quer e muito menos quem precisa.
Nós passamos, eu escolho-te, tu segues-me e passamos. Eles não passam.

Mais uma vigarice!...

[imagem via CC]
   A originalidade dos governantes na tentativa de empregarem o maior número possível de boys sem o povo dar por isso não para de aumentar. A mais vulgar é simplesmente não colocar os nomes na página feita para iludir os mais distraídos. Mas isso tem um problema, como os nomes saíram no Diário da República pode haver algum teimoso a fazer comparações. Então, alguns espertalhões como o Relvas iludiram o site do governo e o DR inventando adjudicações, deixam de contratar funcionários para fazerem adjudicações por serviços.
 
A grande vantagem é que ninguém dá por eles e desta forma o Relvas pode pagar a um motorista como se ele fosse piloto de provas no autódromo do Estoril. Esta gente campeã da austeridade não para de gozar com o povo. Andam, andam e ainda se lixam.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

A honra perdida da política

Por: Manuel António Pina (J.Notícias)

Que pensaria um cidadão comum se alguém em quem tivesse confiado e com quem tivesse feito um acordo, apanhando-se com o acordo na mão, violasse todos os compromissos assumidos fazendo exactamente o contrário daquilo a que se comprometera?
Imagine agora o leitor que esse alguém é um político que obteve o seu voto jurando-lhe repetidamente que faria determinadas coisas e nunca, nunca, faria outras ("Dizer que o PSD quer acabar com o 13º mês é um disparate"; "Do nosso lado não contem com mais impostos"; "O IVA, já o referi, não é para subir").
Um político que lhe jurou que "ninguém nos verá impor sacrifícios aos que mais precisam" e que fez o que a própria CE já reconheceu, que em Portugal as medidas de austeridade estão a exigir aos pobres um esforço financeiro (6%) superior ao que é pedido aos ricos (3%, metade).
Um político que lhe garantiu que "não quero ser eleito para dar emprego aos amigos; quero libertar o Estado e a sociedade civil dos poderes partidários" e cujos amigos aparecem, como que por milagre, com empregos de dezenas e centenas de milhares de euros na EDP, na CGD, na Águas de Portugal, nas direcções hospitalares e em tudo o que é empresa ou instituto público.
Quando os eleitos actuam impunemente à margem de valores elementares da sociedade como o da honra e o do respeito pela palavra dada não é só o seu carácter moral que está em causa mas a própria credibilidade do sistema democrático.

Emigração?!...


Será que vão abandonar Portugal?...e o resto da “família”quando saem?

domingo, 15 de janeiro de 2012

Classificado "lixo" em 6ª feira dia 13!

Mesmo no “lixo”, Portugal ainda serve interesses. Patrocinadores em defesa dos tubarões são muitos...
Esta "quinta" (Portugal), está semeada de nabos. Enquanto não acabar a colheita os tubarões não dão um coice no portão.

Tenho dúvidas!...

Será que ainda tem validade? Já passou os 70 anos?!...

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Os pregadores que nos roubam o Euro


Encher bem a barriga no Parlamento

Fomos espreitar os dois restaurantes de luxo que existem na Assembleia da República, mais a cantina e os bares. E revelamos os preços que se praticam.

Há dois restaurantes de luxo na Assembleia da República reservados a deputados e respectivos convidados. Por cerca de 10 euros por pessoa podem experimentar no almoço buffet, do restaurante do edifício novo do Parlamento, um belo arroz de tamboril com gambas e umas salsichas em couve lombarda. Mas tem também direito a uma mesa de fritos, a outra vegetariana, mais uma de doces e frutas ou de queijos. Tudo isto antecedido, se assim o entender, de uma bela sopa de cebola. Este é um menu normal, não é de dia de festa, mas sabendo que nem todos os deputados almoçam como deve ser, fomos ver os preços nos bares a que têm acesso e também na cantina, onde vão sobretudo os funcionários da casa.
Começando pela cantina, por apenas 3,80 € têm acesso a uma refeição completa, incluindo iguarias como um arroz de polvo - "malandrinho", como convém -ou à dieta de vitela simples, mais sonhos de peixe. Sopa de ervilha ou Juliana de legumes também constam da variada ementa.
Já nos bares de serviço, para uma refeição ligeira, o Correio indiscreto aconselha o belo prego, a bifana ou o hambúrguer da casa a apenas 1,01 €. Os croquetes também são em conta: 0,40 cêntimos cada um. Pode optar, é claro, por uma sandes mista a 0,66, ou em forma de tosta a 0,76. Tudo isto pode ser regado com uma cerveja a 0,55 ou uma mini a 0,40. Já percebeu porque é que eles engordam?
Por: Paulo Pinto Mascarenhas (paulomascarenhas@cmjornal.pt)

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Diante desta informação é de ir um pouco mais longe para perceber quanto contribuímos nós, através dos nossos impostos, para o equilíbrio entre as despesas e as receitas de tais acepipes. O orçamento da Assembleia da República para o ano de 2012 prevê em matéria de Despesas Correntes para os Serviços de Restaurante, Refeições e Cafetaria o montante de 743.665 euros e em matéria de Receitas Correntes na Venda de Senhas de Refeição o montante de 216.100 euros. Em outras rubricas das Receitas Correntes afectas ao Serviço de Restauração, apenas se encontra Outras Receitas correntes no valor de 14.200 euros.

Sabendo todos nós que o ano de 2012 nos espera um ano terrível e que, por exemplo, em matéria de Serviços de Restauração o IVA de 23% nos irá assustar sempre que tivermos de puxar pelas nossas carteiras nesses locais, esta notícia não passa indiferente a qualquer um.

 Com que então os sacrifícios são para todos! Quais todos?

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

O Monstro na primeira página


Por: Manuel António Pina (j.notícias)
A desavergonhada afirmação pública de Manuela Ferreira Leite ("abominável" lhe chamou justamente a jornalista que orientava o debate da SIC em que a afirmação foi proferida) de que doentes com mais de 70 anos que necessitem de hemodiálise a devem pagar é, sabendo-se que a alternativa à hemodiálise é a morte em poucos dias, um eloquente sinal dos tempos que vivemos e da qualidade moral de certas elites hoje influentes no país.
A conveniente "correcção" que, apercebendo-se da brutalidade do que dissera, a ex-dirigente do PSD fez a instâncias de outro interveniente no debate (afinal só quisera dizer que "uns têm [a hemodiálise] gratuitamente, outros não", consoante a capacidade financeira), é patética: se foi isso que quis dizer, porquê os 70 anos? porque não se aplicará o critério financeiro a doentes com menos de 70 anos?
A ideia de que pessoas com mais de 70 anos só tem direito à vida, que é o que representa um tratamento extremo como a hemodiálise, pagando - independentemente de terem, durante anos e anos, entregue ao Estado parte substancial dos seus rendimentos para garantir o seu direito a assistência na doença - talvez seja aceitável vindo da mesma mente tortuosamente contabilística que em tempos também defendeu a suspensão da democracia. Que mentes dessas tenham púlpito num canal de televisão só se compreende pela política do "monstro na primeira página" que domina hoje o jornalismo português.

Regresso ao passado


por: Fernando Sobral (j. negócios)

 Em Portugal a história não se repete como farsa. Repete-se como um filme de zombies. Por aqui os zombies não emergem das tumbas. Caminham directamente dos partidos para os lugares que o Estado tem para distribuir ou que aconselha com a sua mão visível. Seria um bom argumento para uma série americana de televisão se tudo não se passasse neste rectângulo à beira-mar especado. Regressámos rapidamente a um tempo que julgávamos ter sido varrido para o lixo devido à inclemência da crise.·
Exceptuando dois ou três casos onde é evidente a competência dos escolhidos, a maioria das opções na EDP e nas Águas de Portugal era evitável. Não aprendemos nada. Na Coreia do Norte, Kim Jong-Il vai ser embalsamado. Em Portugal continua a embalsamar-se a partidarização do regime. Não é inédito mas era evitável. A ética sucumbiu à gula. Regressaram os soldados da fortuna. A autoridade moral que Pedro Passos Coelho queria trazer para a política portuguesa queimou-se como um fusível: com os dedos na EDP e os pés nas Águas de Portugal não há corpo nem Governo que aguente o choque.·
A questão aqui é, como no caso da Jerónimo Martins, de sinal. Dá-se o sinal errado à sociedade e aos portugueses que vão tentar sobreviver com mais impostos, com mais aumentos e com mais desemprego, como lembrou o Banco de Portugal. Talvez até o paciente perecer da sangria. Mas a ideia agora transmitida pelo Governo é a de que a recessão é só para alguns. Estamos condenados a repetir o passado se não o lembrarmos. E os casos recentes atiram-nos novamente para o mundo secreto que julgávamos ter-se esgotado nas últimas eleições. 

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Nada de enganos...tá?!


Com a verdade me enganas

por:Alexandra Machado
      Artigo deste autor

Passo Coelho não levou amigos, colegas ou parente para o Governo. Está a colocá-los em empresas e outros organismos. O critério é o da competência. Serão apenas pessoas do PSD ou CDS competentes?

Nos momentos de angústia que antecedem a escrita deste artigo, penso nos temas que gostaria de abordar. Podia falar da Jerónimo Martins e de como esta empresa já paga pouco IRC em Portugal (nem precisou de mudar a sede). Falar da televisão digital terrestre e de como o sistema político, em consonância com o económico, não quis mais canais na plataforma gratuita. Falar do empobrecimento de Portugal e de como isso afecta a democracia.

Prefiro falar de outro tema que tem, nos últimos dias (deveria antes dizer anos, décadas?), dominado a actualidade. Nomeações. Tema que serve todos: os demagogos e os que defendem que falar destas coisas é demagogia. Vou fazer demagogia.... Algumas citações: "A nossa preocupação não é levar para o Governo amigos, colegas ou parentes, mas sim os mais competentes". Nas nomeações "o critério será o da competência das pessoas, sejam ou não do PSD". E ainda: "Vamos ter menos ‘jobs’ para os ‘boys’". Estas frases dizem tudo. As duas primeiras foram proferidas por Passos Coelho. A última é de Álvaro, o ministro da Economia. Este texto podia ficar por aqui e estava tudo dito.·
Passo Coelho não levou amigos, colegas ou parente para o Governo. Está a colocá-los em empresas e outros organismos. O critério é o da competência. Serão apenas pessoas do PSD ou CDS competentes? E Álvaro Santos Pereira disse tudo. "Vamos ter menos ‘jobs’ para os ‘boys’". O ministro não disse que não haveria "jobs para boys". Disse que haveria menos... Até cheguei a pensar que haveria menos porque as empresas públicas seriam menos. Mas não. Porque o Estado privatiza a EDP, mas antes que tudo mude... tudo fica na mesma. O Estado não é proprietário, mas é o dono. Percebe-se mal as nomeações políticas para a EDP. Como se percebe mal que ainda seja o Governo a ditar regras de uma empresa supostamente privada. O Conselho Geral e de Supervisão da EDP tem tudo: PSD, CDS, bloco central, BES. E agora percebe-se tudo. Eduardo Catroga negociou pelo PSD o Orçamento do Estado para 2011 e ajudou a fazer o programa eleitoral de Passos Coelho. Não foi remunerado por isso. Braga de Macedo fez o estudo sobre a diplomacia económica para Passos Coelho. Não foi remunerado por isso. Paulo Teixeira Pinto liderou o grupo que apresentou as propostas para uma revisão constitucional do PSD. Também não terá recebido por isso.·
Mas não há de facto almoços grátis. Já sabíamos. Mais tarde ou mais cedo a conta chega. À EDP, como antes à Caixa, já chegou. Tudo muda, para ficar tudo na mesma.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Macaquinhos do Chinês

“Macaquinhos do Chinês”
<As nomeações para a EDP são um mimo. Catroga, Cardona, Teixeira Pinto, Rocha Vieira, Braga de Macedo... isto não é uma lista de órgãos societários, é a lista de agradecimentos de Passos Coelho. O impudor é tão óbvio nas nomeações políticas que nem se repara que até o antigo patrão de Passos, Ilídio Pinho, foi contratado.>

Artigo escrito por Pedro Santos Guerreiro do J Negócios e onde se pode ver até onde vai os interesses de quem diz governar-nos (assim governam a “família”).
ler o artigo completo...

sábado, 7 de janeiro de 2012

Relembrando a geometria!!!


Poema do escritor brasileiro Millor Fernandes:

Um Quociente apaixonou-se
Um dia
Doidamente
Por uma Incógnita.

Olhou-a com seu olhar inumerável
E viu-a, do Ápice à Base...
Uma Figura Ímpar;
Olhos rombóides, boca trapezóide,
Corpo ortogonal, seios esferóides.

Fez da sua
Uma vida
Paralela à dela.
Até que se encontraram
No Infinito.

"Quem és tu?" indagou ele
Com ânsia radical.
"Sou a soma do quadrado dos catetos.
Mas pode chamar-me Hipotenusa."

E de falarem descobriram que eram
O que, em aritmética, corresponde
A almas irmãs
Primos-entre-si.

E assim se amaram
Ao quadrado da velocidade da luz.
Numa sexta potenciação
Traçando
Ao sabor do momento
E da paixão
Rectas, curvas, círculos e linhas sinusoidais.

Escandalizaram os ortodoxos
das fórmulas euclidianas
E os exegetas do Universo Finito.

Romperam convenções newtonianas
e pitagóricas.
E, enfim, resolveram casar-se.
Constituir um lar.
Mais que um lar.
Uma Perpendicular.

Convidaram para padrinhos
O Poliedro e a Bissectriz.
E fizeram planos, equações e
diagramas para o futuro
Sonhando com uma felicidade
Integral
E diferencial.

E casaram-se e tiveram
uma secante e três cones
Muito engraçadinhos.
E foram felizes
Até àquele dia
Em que tudo, afinal,
se torna monotonia.

Foi então que surgiu
O Máximo Divisor Comum...
Frequentador de Círculos Concêntricos.
Viciosos.

Ofereceu-lhe, a ela,
Uma Grandeza Absoluta,
E reduziu-a a um Denominador Comum.

Ele, Quociente, percebeu
Que com ela não formava mais Um Todo.
Uma Unidade.
Era o Triângulo,
chamado amoroso.
E desse problema ela era a fracção
Mais ordinária.

Mas foi então que Einstein descobriu a Relatividade.
E tudo que era espúrio passou a ser
Moralidade
Como aliás,
em qualquer
Sociedade.